domingo, 9 de junho de 2019

Reflexões sobre o período populista no Brasil

Caros amigos da Escola Estadual Dr. Celso Machado,

Leiam os textos e façam as atividades com atenção.

Paz e Bem!


TEXTO 1
O populismo getulista.
                Você já deve ter notado que Getúlio Vargas até hoje é um nome conhecido por muitos brasileiros. Os mais velhos ainda se recordam de alguma coisa do tempo dele. Uns falam bem, outros criticam. Por que opiniões diferentes? Bem, a história é cheia de contradições mesmo. Dificilmente as pessoas concordam com tudo.
                A maneira de Getúlio governar foi típica da América Latina nas décadas de 30 a 50. Chamava-se de populismo. Na argentina, por exemplo, o equivalente populista a Getúlio foi o presidente Perón.
                O populismo varguista também é chamado de trabalhismo. Portanto, atenção amigo leitor: trabalhismo tem a ver com a maneira específica de Getúlio lidar com a questão dos trabalhadores.
                Quando Vargas assumiu o governo, no meio da crise de 1929, ele tinha um problema grave para resolver: com o desenvolvimento da indústria, aumentaria o número de trabalhadores assalariados. Como fazer para que os operários não dessem ouvidos aos comunistas e aos anarquistas? Como evitar que fizessem greves ou, pior, que sonhassem com uma revolução socialista igual à da Rússia? Como fazer para que o proletariado fosse obediente, disciplinado, produtivo?
                Getúlio resolveu o problema de duas maneiras. A primeira já era tradicional desde a República Velha: reprimindo. Assim, as greves foram proibidas, os comunistas e os anarquistas postos na penitenciária, os sindicatos obrigados a se subordinar ao Ministério do Trabalho.
                A segunda maneira era mais sutil e típica do populismo. Getúlio gostava de dizer que na vida e na política nós temos que ceder os anéis para não perder os dedos. Assim, Vargas propôs um pacto populista aos trabalhadores: “Em vez de lutar por seus direitos, vocês trabalham obedientes. Confiem em mim. Em troca, eu vou doar direitos trabalhistas para vocês”. Sacou a jogada? O pacto populista era uma troca: os operários se comprometiam a trabalhar duro e não fazer greves nem protestar porque confiavam que o governo faria, sempre que possível, algumas leis de proteção social. (SHIMITH, Mário. Nova História Crítica)

TEXTO 2
UMA AVALIAÇÃO DA ERA VARGAS
[Durante o Estado Novo] a perseguição implacável do regime de Vargas a seus opositores (reais e imaginários), cujos métodos envolviam fartamente o emprego da tortura, violência, deportação e assassinato, foi apenas uma das facetas, talvez a mais conhecida, desse período. As marcas deixadas ao longo do período ditatorial de Vargas ainda não cicatrizaram. Várias de suas políticas econômicas equivocadas continuam sendo defendidas por membros da elite brasileira, que ainda não conseguiram perceber a relação que existe entre opressão econômica e violência política. (PRUNES, Cândido Mendes. Uma avaliação da Era Vargas)

TEXTO 3
Tio Sam chega ao Brasil
Tio Sam é a personificação nacional dos Estados Unidos da América e um dos símbolos nacionais mais famosos do mundo. O nome Tio Sam foi usado primeiramente durante a Guerra anglo-americana em 1812, mas só foi desenhado em 1852. Ele é geralmente representado como um senhor de fisionomia séria com cabelos brancos e barbicha. O Tio Sam é representado vestido com as cores e elementos da bandeira norte-americana - por exemplo, uma cartola com listras vermelhas e brancas e estrelas brancas num fundo azul, e calças vermelhas e azuis listradas.
A difusão de certos aspectos da cultura norte-americana é um fato inescapável de nosso tempo. Vivemos no Brasil cercados de videocassestes e vídeo games, comemos hot dogs, hambúrgueres e chips, tomamos soda e Coca-Cola, vestimos T-shirts e blue-jeans. Os filhos de famílias mais aquinhoadas possuem skates, pranchas de surf e apreciam o motocross. Ouvimos rocks e souls produzidos por bands intituladas Kiss, Village People e assemelhados. Fenômenos sociais ligados à juventude atravessaram fronteiras e aqui se estabeleceram com os nomes de origem, desde os beatniks, passando pelos hippies e chegando aos punks. Temos até a novidade patológica do momento: a Aids.
Na década de 50, as crianças brasileiras já brincavam de bandido e mocinho, reproduzindo o famoso camôni, boy! consagrado nas telas do cinema. Àquela época, já dizíamos okay, morávamos num big país, líamos gibis e íamos ao cinema aos sábados ver filmes de far-west. Batman, capitão Marvel, Jesse James e o mito John Wayne povoavam a fantasia infantil brasileira naqueles anos.
Para sermos mais exatos, a chegada visível de Tio Sam ao Brasil aconteceu mesmo no início dos anos 40, em condições e com propósitos muito bem definidos.
Proclamava-se a ideia de uma política de boa vizinhança entre os Estados Unidos e os demais países americanos. Essa boa vizinhança significaria um convívio harmônico e respeitoso entre todos os países do continente. Significaria também uma política de troca generalizada de mercadorias, valores e bens culturais entre os Estados Unidos e o restante da América.
Foi nesse contexto que os brasileiros aprenderam a substituir os sucos de frutas tropicais por uma bebida de gosto estranho e artificial chamada Coca-Cola. Começaram também a trocar os sorvetes feitos em pequenas sorveterias pelo sorvete industrializado chamado Kibon. Aprenderam a mascar uma goma elástica chamada chiclet e começaram a usar palavras novas que foram se incorporando à sua língua falada e escrita. Passaram a ouvir o foxtrot, o jazz, o boggie-woo-gie, entre outros ritmos, a voar nas asas da Pan Am (Pan American), deixando para trás os "aeroplanos" da Lati e da Condor, e começaram a ver muito mais filmes produzidos em Hollywood.

A boa vizinhança apresentava-se como uma avenida larga, de mão dupla, isto é, um intercâmbio de valores culturais entre as duas sociedades. Na prática, a fantástica diferença de recursos de difusão cultural dos dois países produziu uma influência de direção praticamente única, de lá para cá. Nossos compositores populares perceberam e expressaram criticamente em suas músicas o fenômeno. Nos versos de Assis Valente, por exemplo:
O Tio Sam está querendo/conhecer a nossa batucada./Anda dizendo que o molho da baiana /melhorou o seu prato...
Eu quero ver, eu quero ver/eu quero ver o Tio Sam tocar/pandeiro para o mundo sambar...
A partir de 1941, o Brasil foi literalmente invadido por missões de boa vontade americanas, compostas de professores universitários, jornalistas, publicitários, artistas, militares, cientistas, diplomatas, empresários, etc. - todos empenhados em estreitar os laços de cooperação com brasileiros -, além das múltiplas iniciativas oficiais.
Devem-se reconhecer os aspectos positivos dessa difusão cultural norte-americana, porque ela contribuía de algum modo para o intercâmbio de ideias e aquisições reais de saber técnico e científico. De outro lado, porém, é preciso reconhecer o preconceito que orientava boa parte desse intercâmbio, como também o fato de que ele constituía um elemento-chave de uma construção imperialista durante a guerra e o pós-guerra. Adaptado de: MOURA, Gerson. Tio Sam chega ao Brasil - a penetração cultural norte-americana. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 7-12.
TEXTO 4
Canção do Subdesenvolvido (Carlos Lyra)
1ª ESTROFE: O Brasil é uma terra de amores/Alcatifada de flores/Onde a brisa fala amores/Em lindas tardes de abril/Correi pras bandas do sul /Debaixo de um céu de anil/Encontrareis um gigante deitado/Santa Cruz, hoje o Brasil.
2ª ESTROFE: Mas um dia o gigante despertou/Deixou de ser gigante adormecido/E dele um anão se levantou/Era um país subdesenvolvido/Subdesenvolvido, subdesenvolvido, etc. (refrão)
3ª ESTROFE: E passado o período colonial/O país se transformou num bom quintal/E depois de dadas as contas a Portugal/Instaurou-se o latifúndio nacional, ai!/Subdesenvolvido, subdesenvolvido (refrão)
4ª ESTROFE: Então o bravo povo brasileiro/Em perigos e guerras esforçado/Mais que prometia a força humana/Plantou couve, colheu banana./Bravo esforço do povo brasileiro/Que importou capital lá do estrangeiro/Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
5ª ESTROFE: As nações do mundo para cá mandaram/Os seus capitais desinteressados/As nações, coitadas, queriam ajudar/E aquela ilha velha ajudou também/País de pouca terra, só nos fez um bem/Um grande bem, um 'big' bem, bom, bem, bom/Nos deu luz, ah! Tirou ouro, oh!/Nos deu trem, ahhh! Mas levou o nosso tesouro/ooooh! Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
6ª ESTROFE: Houve um tempo em que se acabaram/Os tempos duros e sofridos/Pois um dia aqui chegaram os capitais dos../Estados Unidos/País amigo desenvolvido/País amigo, país amigo/Amigo do subdesenvolvido/País amigo, país amigo/E nossos amigos americanos/Com muita fé, com muita fé/Nos deram dinheiro e nós plantamos/Nada mais que café.
7ª ESTROFE: E uma terra em que plantando tudo dá/Mas eles resolveram que a gente ia plantar/Nada mais que café/Bento que bento é o frade - frade!/Na boca do forno - forno!/Tirai um bolo - bolo!/Fareis tudo que seu mestre mandar?/Faremos todos, faremos todos...
8ª ESTROFE: E começaram a nos vender e a nos comprar/Comprar borracha - vender pneu/Comprar madeira - vender navio/Pra nossa vela - vender pavio/Só mandaram o que sobrou de lá/Matéria plástica,/Que entusiástica/Que coisa elástica,/Que coisa drástica/Rock-balada, filme de mocinho/Ar refrigerado e chiclet de bola/E coca-cola! Oh.../Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
9ª ESTROFE: O povo brasileiro tem personalidade/Não se impressiona com facilidade/Embora pense como desenvolvido/Embora dance como desenvolvido/Embora cante como desenvolvido/Lá, lá, la, la, la, la/Êh, êh, meu boi/Êh, roçado bão /O ‘meior’ do meu sertão/Comeram o boi.../Subdesenvolvido, subdesenvolvido, etc. (refrão)
10ª ESTROFE: Tem personalidade!/Não se impressiona com facilidade/Embora pense, dance e cante como desenvolvido/O povo brasileiro/Não come como desenvolvido/Não bebe como desenvolvido/Vive menos, sofre mais/Isso é muito importante/Muito mais do que importante/Pois difere os brasileiros dos demais/Pela... personalidade, personalidade/Personalidade sem igual/Porém... subdesenvolvida, subdesenvolvida/E essa é que é a vida nacional!
TEXTO 5
Entreguismo, tambem chamado, no Brasil, de cosmopolitismo, em sentido estrito, é o preceito, mentalidade ou prática político-ideológica de entregar recursos naturais de uma nação para exploração por entidades, empresas etc. de outro país e de capital internacional. (...)
Modernamente o entreguismo consiste na desnacionalização sistemática da indústria, especialmente de setores considerados por determinados segmentos ideológicos e políticos como setores-chave da indústria de produção, mediante a transferência de seu controle para capitais estrangeiros. (...)
O termo entreguismo tem suas origens relacionadas às disputas políticas pelo petróleo no Brasil, na década de 1950.
Nacionalismo econômico é um termo usado para descrever as políticas econômicas guiadas pela idéia de proteger o consumo interno, o trabalho e a formação de capital, no interior de uma economia ou o mercado nacional em busca da eliminação da dependência (...).
Opõe-se à globalização em muitos pontos, ou pelo menos as relativas aos benefícios do livre comércio sem restrições. Nacionalismo econômico muitas vezes inclui doutrinas como o protecionismo e a substituição de importações. (...)
Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de crescimento da produção industrial e da infra-estrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o conseqüente aumento do consumo.
O desenvolvimentismo é uma política de resultados, e foi aplicado essencialmente em sistemas econômicos capitalistas, como no Brasil (governo JK) e no governo militar, quando ocorreu o "milagre econômico brasileiro", bem como na Espanha (franquismo).

Questões sobre os textos:

TEXTO 1
1)      Quais as estratégias utilizadas por Getúlio Vargas para conter as greves?
2)      Explique o que foi o “pacto populista”.
3)      Por que o populismo de Vargas é conhecido como trabalhismo?
4)      Quais os limites que o populismo impõe à real democracia?
De acordo com a imagem responda:
5)      Como deveriam ser as crianças brasileiras dessa época?
6)      As crianças da ilustração representam a diversidade étnica do Brasil?  O que isso significa?
7)      Por que as ditaduras, em geral, investem na construção da imagem do grande líder, fazendo da autoridade máxima do governo um mito?
8)      Em sua opinião, que papel devem ter os meios de comunicação de massa na formação política da sociedade?
TEXTO 2
1)      Qual a posição do autor do texto em relação ao Estado Novo?
TEXTO 4
1)      Leia minuciosamente a 1ª e a 2ª estrofes. O que você entendeu sobre o que leu?
2)      De acordo com a 3ª estrofe responda:
a)      Para você o que significa “bom quintal”?
b)      Nos dias de hoje, há situações que comprovam que nós temos um bom quintal? Justifique a sua resposta.
3)      “País amigo desenvolvido/ país amigo, país amigo/ amigo do subdesenvolvido”. Quando lemos estes versos que sentimentos passam por nós? Justifique sua resposta.
4)      “Bento que bento é o frade (...)” Essa é uma antiga brincadeira infantil. Para você, qual a intenção dos compositores em colocar esta estrofe como parte da letra desta música?
5)      “E começaram a nos vender e a nos comprar (...) você acha que nos dias de hoje isso ainda ocorre? Justifique sua resposta.


terça-feira, 4 de junho de 2019

Ficha de Leitura


Caros amigos do Colégio Apogeu,

Eis o modelo de ficha de leitura.

Ficha de Leitura
Título do livro:
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Autor:
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Personagem principal:
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Outros personagens:
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Local onde se passa a maior parte da obra:
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Tempo histórico retratado na obra:
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Sua opinião sobre a obra: ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resumo:
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Boa leitura!

terça-feira, 2 de abril de 2019

terça-feira, 19 de março de 2019

Tempos Modernos


Caros alunos do 8º ano do Colégio Apogeu,

Eis um trecho do filme Tempos Modernos para atividade da Dedicação Premiada.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Colégio Apogeu - Atividades corrigidas


8º Ano -  Ensino Fundamental
Módulo 2
Pág. 19
Exercícios de aprofundamento:
1. UFG

a. O texto I considera que a peste é uma expressão da “justa ira divina”, um castigo de Deus. O texto II busca uma interpretação racional para o terremoto de Lisboa e admite interpretações diferentes sobre o ocorrido.

b. Voltaire é um representante do iluminismo, defensor das liberdades individuais, do racionalismo e da confiança no progresso e na ciência.

2. UFRN
a. Absolutismo monárquico: concentração do poder nas mãos do rei; Teoria do Direito Divino: a concepção de que o poder dos reis derivava diretamente de Deus.

b. Tripartição do poder: criticava a concentração do poder nas mãos do rei; defesa dos direitos naturais e crítica aos privilégios do clero e da nobreza.

9º Ano -  Ensino Fundamental
Módulo 2
Pág. 22
Exercícios conceituais:
1.O voto era aberto, havia pouca participação popular no processo eleitoral e as eleições eram constantemente fraudadas.

2.Havia um acordo entre o presidente e os governadores dos estados (na época chamados de presidentes de estados) de apoio mútuo e manutenção das mesmas elites no poder. O coronel era uma figura fundamental para esse elo político. Ele oferecia os votos nos candidatos das elites regionais ou federal e em troca recebia apoio e verbas públicas.  

3.Foi o nome dado à política de Hermes da Fonseca para se manter no poder e ter apoio político dos estados brasileiros. Para tanto, ele trocou todos os presidentes de estados por militares e civis de sua confiança.

4.O voto de cabresto é um mecanismo de acesso aos cargos eletivos por meio da compra de votos com a utilização da máquina pública ou o abuso de poder econômico do coronel. É um mecanismo muito recorrente no interior do Brasil como característica do coronelismo.

5.Na época, o voto não era secreto, não existia Justiça eleitoral e a eleição era controlada pelo próprio partido.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O vampiro que descobriu o Brasil

Caros amigos,

A leitura do livro "O vampiro que descobriu o brasil",  de Ivan Jaf, será muito importante para o ano letivo de 2019. 

No decorrer do ano faremos, debates, trabalhos e provas sobre esse excelente livro que mistura ficção e história.


Resultado de imagem para o vampiro que descobriu o brasil

Abaixo os links pra vocês acessarem o livro.

file:///C:/Users/Geandre/Desktop/%C2%B9Geandre%20backup/Documents/%C2%B2ESCOLA/Jaf,%20Ivan.%20O%20Vampiro%20que%20descobriu%20o%20Brasil.pdf



https://pt.slideshare.net/JussaneyRaniellyGodoy/o-vampiro-que-descobriu-o-brasil-ivan-jaf

Boa leitura!

sábado, 7 de julho de 2018

ERA VARGAS

Material disponibilizado para os alunos do 3º Ano do Ensino Médio da E. E. Dr. Celso Machado.