quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MENSAGEM PARA OS FORMANDOS 2012


Caros formandos,

Sem dúvidas, hoje é um dia de muito júbilo. Todos nos estamos muito felizes, pois vocês acabam de completar o Ensino Fundamental.

Adquirir o diploma do Ensino Fundamental significa, teoricamente, conhecer os fundamentos de todo conhecimento humano produzido até a atualidade e, ainda, ter desenvolvido habilidades e competências básicas para crescer nas mais diversas profissões existentes.

Então, comemorem! Porque não foi fácil: foram provas, trabalhos, atividades avaliativas, feiras de cultura, aulas, aulas, aulas, aulas... Ufa!!!

Comemorem! Porque vocês venceram, vocês conseguiram! Dos seus amiguinhos do 1º Ano escolar quantos ficaram pelo caminho? Quantos desistiram? Pararam de estudar para trabalhar? Nem todos conseguem! No Brasil, mais de 45 milhões de chefes de família não têm o Ensino Fundamental. Um diploma que agora vocês têm.

Então, comemorem! Mas, ao comemorar façam uma autoavaliação e se perguntem: Eu fui dedicado, esforçado, comprometido com a construção do meu conhecimento? Eu realmente tornei produtiva esta fase tão importante da minha vida? Tenho certeza que esta autoavaliação fará muito bem para cada um de vocês.

Agora, mais importante que remoer o passado é refletir sobre o futuro, o seu futuro. As decisões e posturas que vocês tomarem nesta nova fase da vida serão cruciais para o seus futuros. O mundo é cheio de caminho e descaminhos e boa parte deles no têm volta.

Então, comemorem! Mas, ao comemorar façam as seguintes perguntas: que tipo de ser humano eu quero ser? Que profissão eu quero ter? O que eu posso e devo fazer para construir um futuro melhor?

Ao refletir sobre estas perguntas, pense grande. Vocês ainda têm tempo de pensarem grandes e mais, hajam com grandeza.

E por fim, daqui há alguns anos, quando os seus sonhos se realizarem, quando estiverem usufruindo da felicidade que construíram, lembrem-se que nesta escola, na Escola Estadual Candido Martins de Oliveira, todos  lhes enxergavam com grandeza.

Meus parabéns!

sábado, 15 de dezembro de 2012

A praga - Luis Fernando Veríssimo


A praga

Ninguém sabe ao certo como se entenderam, mas se entenderam. E a primeira coisa que o índio deu a Colombo foi um tomate. Era o primeiro encontro, na primeira ilha, no primeiro dia, e o próprio sol parecia ter chegado mais perto para não perder a cena. Fazia calor e o tomate brilhava ao sol como uma maça dourada.
- Um pomo d´oro ! - exclamou Colombo.
- Um tomate - explicou o índio. - Para a salada. Para o molho.
- Finalmente algo para por fim à brancura do espaguete - disse Colombo emocionado. Marco Pólo só descobriu a massa. Eu descobri a macarronada.
E Colombo aceitou o tomate e deu em troca uma miçanga.
O índio deu uma batata a Colombo que a olhou com desprezo. Mas o índio descreveu (com mímica, a linguagem mágica dos encontros místicos) sua importância para história ocidental, desde a alimentação das massas camponesas da Europa até noisette, ou fritas com um Big Mac. E Colombo a aceitou e deu em troca um espelhinho.
E o índio deu a Colombo o fruto do cacaueiro e falou no que o chocolate significaria para o mundo, em especial para a Bahia e a Suiça, e nas delícias do bombom por vir. E Colombo guardou o cacau na algibeira e deu em troca um vintém.
E o índio deu a Colombo uma folha de tabaco e falou nos prazeres do fumo, e de como ele afetaria os hábitos civilizados. E se quisessem algo mais forte, tinham uma planta que dava coca, e um barato muito maior. E tudo isso Colombo aceitou ejm troca de contas. E mais uma espiga de milho. E mais um papagaio. Até que, com a algibeira cheia, Colombo disse:
- Chega de miudezas. Agora eu quero ouro.
- O quê?
-Ouro. Isso que você tem no nariz.
- E o que você me dá em troca ? - perguntou o índio antevendo algo espetacular como uma luneta. Mas Colombo apontou uma pistola para a cabeça do índio e disse "Isto". E disparou. Depois, mandou seus homens recolherem todo o ouro da ilha, nem que precisassem arrancar narizes.
No chão, antes de morrer, o índio amaldiçoou Colombo e praguejou. Que a batata tornasse sua raça obesa, que o chocolate enchesse suas artérias de colesterol, que o fumo lhe desse câncer, a cocaína o corrompesse e o ouro destruísse sua alma. E que o tomate - desejou o índio em seu último suspiro - se transformasse em catchup.
E assim aconteceu.

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender - Luis Fernando Veríssimo


Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender

Luis Fernando Veríssimo

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa. 
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. 
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. 
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. 5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões". 
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental". 
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. 
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A parábola do semeador


Mateus 13

1 No mesmo dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se à beira do mar;
2 e reuniram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou num barco, e se sentou; e todo o povo estava em pé na praia.
3 E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.
5 E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;
6 mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se.
7 E outra caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.
8 Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta por um.
9 Quem tem ouvidos, ouça.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012




Certa vez uma criança de mais ou menos uns oito anos entrou em uma loja de jóias e desenrolando um pequeno lenço disse ao vendedor.
_ Senhor  quero que  enrole este lindo cordão, que tem essas perolas azuis, como os olhos de minha irmã. Ela é muito linda, mas ultimamente   não  tem tido muito tempo para se divertir. Desde que minha  mãe morreu  ela se dedica de corpo e alma  p/ mim e meus estudo. 
O velho senhor, ouvido calado  obedeceu as ordens daquela sua pequena cliente. Então enrolou a linda jóia, como pedia a criança, que ainda ressaltou:
_Sabia que hoje é seu aniversário e que eu quero dar-lhe de presente este colar.
Quando  o vendedor entregou o embrulho, ela gentilmente  abriu o lenço e tirou algumas moedas, e ainda disse.
_ É tudo que tenho juntei o ano todo para compra este presente, será que dar? 
O senhor   ressaltou _ É claro que dá minha querida!
Já era tarde, quase hora de fechar ,quando uma linda moça entrou na loja com um embrulho na mão , Ele logo reconheceu o pequeno pacote. A linda  moça disse:
_ Senhor, venho de casa e quero devolver esta jóia, sei que ela é do senhor ,e a minha irmã deve ter roubado, me desculpe, ela não fez por mal.
O velho homem ficou quieto por alguns segundo e em seguida falou para a jovem:
_ Não! Essa jóia foi comprada há algumas horas atrás.
_ Mas como senhor? Minha irmã não tem dinheiro!
Como eu não vou lhe dizer, este é um segredo entre mim e meus cliente, mas  lhe digo que sua irmã deu a mim tudo que ela tinha, e para mim isso já e suficiente.
Naquele estante ficou-se em  silencio e uma pequena lagrima correu nos olhos dos dois, e assim foi saindo aquela linda jovem.
E o vendedor em silencio  pensou que na vida tudo faz sentido, e que nem sempre se entende a verdadeiro significado da palavra AMOR.

fonte: http://portowalter.futblog.com.br/

sábado, 8 de dezembro de 2012

O Bicho - Manuel Bandeira



O Bicho

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem”.
(Manuel Bandeira)

Bertolt Brecht


O analfabeto político

            O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos da cidade nem da sua comunidade.
            Ele não sabe que o preço do feijão, da carne, a farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões dos governantes, com a participação do povo, dando opiniões e reivindicando seus direitos.
            O analfabeto político é tão burro que se orgulha de não participam de nada, vive só para si, e nem se preocupa com outras pessoas.
            Não sabe que da sua ignorância nascem o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos: o governante pilantra, corrupto e explorador .     (Bertolt Brecht)

Perguntas de um operário que lê
(Bertold Brecht)

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas