sábado, 24 de março de 2018

CRISE DE 1929 - 9º Ano Colégio Raiz

Caros amigos,

Assistam os vídeos abaixo e façam um texto sobre eles.

 Crise de 1929 





Uma pequena reflexão sobre a sociedade consumista.



Consumismo e Materialismo Destroem a Sociedade

quarta-feira, 14 de março de 2018

ROTEIRO DE ESTUDO - COLÉGIO RAIZ

Caros amigos,

Abaixo o roteiro de estudo para o TVC 02 do 9º Ano do primeiro bimestre do Colégio Raiz.

Bons estudos!


Resultado de imagem para menina estudando

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL:  
·         Causas estruturais;
a)      Nacionalismos;
b)      Rivalidades imperialistas;
c)       Política de alianças...
·         Causa imediata;
·         A participação dos Estados Unidos na Guerra.
·         Consequências da Guerra:
a)      Mudanças geopolíticas do pós-guerra.
b) os 14 pontos de W. Wilson
c)      O Tratado de Versalhes.
d)  A formação da Liga das Nações.

REVOLUÇÃO RUSSA: 
·         A Rússia czarista;
a)      A estrutura político-social.
b)      Industrialização.
·         Os partidos de oposição ao czarismo;
a)      O socialismo científico;
b)      Mencheviques e bolcheviques
·         A Revolução de 1905 e o surgimento dos sovietes;
·         A Revolução Russa de 1917:
a)      Revolução de Fevereiro e o governo provisório;
b)      A Revolução de Outubro de 1917
c)       A Guerra civil (1918-1921)
d)      A Nova Política Econômica – NEP;
·         A Ditadura Stalinista.

terça-feira, 13 de março de 2018

A REVOLUÇÃO RUSSA


Caros amigos,

Assistam esta teleaula do "Novo Telecurso Ensino Médio" sobre a Revolução Russa de 1917, façam uma releitura do capítulo e bons estudos.





A Revolução Russa (1917)

Primeira revolução vitoriosa inspirada no socialismo.
1 - ANTECEDENTES:
- Absolutismo (Czar Nicolau II).
Nicolau II

-País mais atrasado da Europa.
-Ausência de liberdades individuais.
-Igreja Ortodoxa (monopolizava o ensino e possuía privilégios.)
-Concentração fundiária (boiardos = nobres proprietários).
-Camponeses (mujiques) explorados de forma quase feudal.
-Poucas indústrias (capital estrangeiro da BEL, FRA, ALE e ING).

Movimento oposicionista (desde fins do século XIX):
POSDR – Partido Operário Social Democrata Russo (1898) – formado por intelectuais.
Dividido em 1903.
MENCHEVIQUES (minoria) – Revolução liberal burguesa aos moldes da Revolução Francesa. Líder: Martov.
BOLCHEVIQUES (maioria): Revolução socialista com participação de operários e camponeses, liderada por partido 100% revolucionário e absolutamente disciplinado. Líder: LÊNIN.
A REVOLUÇÃO DE 1905: O ENSAIO GERAL
-RUS       X             JAP* (posse da Coréia e da Manchúria).

-Crise de abastecimento, inflação, greves



“Domingo Sangrento” (jan/1905).
Massacre de populares pela polícia czarista (OKHRANA).
Insurreições em vários pontos do país (camponeses, outras nacionalidades e militares – Encouraçado Potemkin).
Repressão violenta do czar.
Manifesto Czarista (outubro) – proposta de regime representativo por meio da DUMA (parlamento).
SOVIETES: conselhos de operários, camponeses e soldados.

A RÚSSIA E A I GUERRA MUNDIAL:
Muitos soldados.
Táticas antigas.
Comando ineficiente.
Pouca aparelhagem.
Abastecimento precário.
Czar perde o controle sobre o país: incompetência, burocracia dispendiosa e inoperante.
Mais de 5 milhões de mortos (guerra, fome, doenças...).
Czar é deposto (fev/1917).

A REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO (1917):
Revolução menchevique.
Fase liberal-burguesa.
Liberdades individuais.
Redução da jornada de trabalho (10 horas).
Liberdade de imprensa.
Anistia aos presos e exilados políticos.
Kerênsky (menchevique) assume o controle da Duma.
Fracassos militares e insistência de manter a Rússia na Guerra.
Lênin retorna do exílio e defende as TESES DE ABRIL “Paz, terra e pão”.
“Todo o poder aos sovietes”.

Formação da Guarda Vermelha (Trótsky).
Out/1917 – Soviete de Petrogrado, liderado por Trótsky ataca o Palácio de Inverno. Bocheviques tomam o poder.

- A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO (1917) E O GOVERNO DE LÊNIN (1917 – 1924):
Bolcheviques no poder.

Lênin no comando do país.
Acordo de paz com a ALE (Brest-Litovski) – RUS sai da guerra.
Reforma agrária.
Nacionalização de empresas.
Sovietes – controle das fábricas.
Czar e sua família são fuzilados.

Guerra civil (1917 – 1921):
VERMELHOS (bolcheviques + sovietes + camponeses).*
                                                                              X
BRANCOS (mencheviques + latifundiários + Igreja Ortodoxa + czaristas + potências estrangeiras).
Comunismo de Guerra: centralização da produção, requisição agrícola forçada, eliminação da economia de mercado.
Brancos são derrotados – potências estrangeiras impõe o chamado “cordão sanitário” (isolamento) à RUS.

NEP (Nova Política Econômica) – 1921 – 1928
Plano de recuperação da economia russa.
Introdução de elementos capitalistas (provisórios e parciais), conciliados com base socialista.
“Um passo para trás para dar dois passos para frente”.
Pequenas e médias empresas (até 20 funcionários).
Comércio livre de produtos agrícolas.
Recuperação parcial do país.



1922: país adota o nome de URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).



A disputa de poder:
1924 – Lênin morre.
TRÓTSKY – Revolução Permanente
                                                              
                                                 X


STÁLIN – Socialismo em um só país.*

6 - O STALINISMO (1924 – 1953):

Ditadura totalitária.
Eliminação da oposição.
Expurgos, prisões e torturas.
Burocratização estatal.
Controle do ensino e comunicações.
Culto ao líder (Stálin = “guia genial dos povos”).
Propaganda governamental.
Russificação de outras nacionalidades.









domingo, 4 de março de 2018

Imperialismo na América Latina



Imperialismo na América Latina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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No início do século XIX o governo dos Estados Unidos da América já havia demonstrado intenção de demarcar as áreas onde pudesse exercer sua influência econômica. O presidente James Monroe, em 1823 criou a Doutrina Monroe, com o lema “a América para os americanos”. A intenção era afastar a presença de capitais e produtos europeus, especialmente ingleses dos países americanos recém independentes. Era o primeiro passo dos EUA para controlar as nações do continente americano. O imperialismo foi facilitado pelas condições em que haviam ocorrido os processos de independência colonial: fragmentação política, poder local nas mãos da aristocracia e permanência de estruturas típicas da colonização de exploração. No governo de Theodore Roosevelt, entre 1901 e 1909, a Doutrina prevaleceu.
Um exemplo da intervenção imperialista foi o apoio dos EUA na consolidação da independência em Cuba, com a Emenda Platt na constituição cubana, na qual dizia o direito dos EUA construírem bases militares no país.
Outro exemplo é na intervenção norte-americana na independência do Panamá em 1901, em troca de apoio político e militar, o governo norte-americano garantiu o controle sobre a passagem que interliga o Oceano Atlântico e Pacífico.
O governo norte-americano tinha interesse sobre Cuba e Panamá Por causa da localização estratégica desses países na América Central, são pontos de ligação entre o norte e o sul do continente americano e passagem do Oceano Atlântico para o Oceano Pacífico.
A América Latina – com exceção do Caribe e de alguns territórios na América do Sul – não sofreu com a ocupação territorial imperialista por parte das grandes potências europeias. O fato dos países latino-americanos ter conquistado a sua independência era um fator que fazia com que as potências imperialistas utilizassem outras estratégias de dominação. 
Devemos lembrar que por meio da doutrina do Destino Manifesto os Estados Unidos acreditavam que seu modelo político e social era superior à maioria dos países absolutistas europeus e que haviam, portanto, sido escolhidos por Deus para libertar, comandar e ter um papel de destaque no cenário mundial. Tratava-se de uma versão estadunidense da ideia do fardo do homem branco. Em sintonia com o Destino Manifesto se desenvolveu nos Estados Unidos a Doutrina Monroe que defendia a soberania dos países americanos, comumente apresentada na expressão “América para os americanos”, onde os norte-americanos se colocavam contra qualquer tentativa de recolonização da América pelos europeus. Contudo, e tendo em vista o desenvolvimento do imperialismo no século XIX e XX, não seria enganosa uma ligeira alteração nessa sentença, dando lugar a uma mais exata definição: América para os norte-americanos.
A Inglaterra procurou atuar em diversos setores da economia dos países latinos, emprestando dinheiro, exercendo controle de bancos e levando diversos países a um grande endividamento externo. Com os investimentos as empresas estrangeiras passavam a controlar boa parte da infraestrutura do país, como ferrovias, serviços de bondes, água, esgoto, gás, eletricidade, telefonia, etc. 
Os Estados Unidos, por sua vez, procurou dominar setores estratégicos da economia de diversos países, ou seja, setores que moviam a economia desses países. Assim, controlavam o cobre chileno, o estanho da Bolívia, o petróleo do México e da Venezuela, o açúcar em Cuba, etc.
Um exemplo do imperialismo norte-americano fica evidente na sua relação com Cuba. Os norte-americanos, que tinham investimentos na produção de açúcar e tabaco em Cuba (que era uma possessão espanhola) entraram em atrito com a Espanha e ajudaram indiretamente Cuba a se livrar dos espanhóis através da Guerra Hipno-Americana, em 1898. A Guerra foi amplamente favorável aos Estados Unidos, que acabaram tomando Porto Rico e as Filipinas dos espanhóis, estendendo suas garras posteriormente ao Havaí e as ilhas de Guam.
No caso dos cubanos, contudo, se haviam, por um lado, se livrado dos espanhóis, por outro, foram obrigados a assinar a Emenda Platt (1901), que dava aos Estados Unidos o direito de intervir na ilha, além da criação de uma base militar na região, a famosa base de Guantánamo.
A partir deste momento os americanos passaram a associar a dominação econômica à intervenção militar. Tal política ficou conhecida como a política do Big Stick (bastão grosso), tratava-se de expandir o poder e a presença norte-americana pelo mundo. Observe o relato do general Smedley Butler a respeito dessa política:
(...) ajudei a transformar o México, especialmente Tampico, em lugar seguro para os interesses petrolíferos americanos, em 1914. Ajudei a fazer de Cuba e Haiti lugares decentes para que os rapazes do Naional City Bank pudessem recolher os lucros. Ajudei a purificar a Nicarágua para os interesses de uma casa bancária internacional dos Irmãos Brown, em 1909-1912. Trouxe a luz à República Dominicana para os interesses açucareiros norte-americanos em 1916. Ajudei a fazer de Honduras um lugar ‘adequado’ às companhias frutíferas americanas, em 1903. Na China, em 1927, ajudei a fazer com que a Standard Oil continuasse a agir sem ser molestada. 
Durante todos esses anos eu tinha, como diriam os rapazes do gatilho, uma boa quadrilha. (...) Voltando os olhos ao passado, acho que poderia dar a Al Capone algumas sugestões. O melhor que ele podia fazer era operar em três distritos urbanos. Nós, os fuzileiros, operávamos em três continentes.
O Caribe em especial sofreram com a pressão imperialista dos Estados Unidos na região. Por se tratarem de países exportadores de produtos primários acabaram nomeadas de bananas republics. Outro exemplo da interferência dos Estados Unidos na região ocorreu quando os norte-americanos auxiliaram os panamenhos em sua independência frente a Colômbia, em 1903. Com a separação do Panamá os Estados Unidos garantiram a construção do estratégico Canal do Panamá, que ficaria sob o controle dos norte-americanos até 1999.

sábado, 3 de março de 2018

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL 1914-1918


A Primeira Guerra Mundial é essencialmente um conflito imperialista e nacionalista.”
Imperialismo: Política de expansão e domínio territorial e/ou econômico de uma nação sobre outras.
Nacionalismo: Ideologia que representa o Estado nacional como forma ideal de organização política e defende os interesses da nação; quando o nacionalismo é exacerbado significa que a nação passa a rivalizar com outras, podendo até entrar em conflito.


Causas da Primeira Guerra Mundial:
*  Partilha da África e Ásia.
Concorrência econômica entre as potências europeias
*  Nacionalismos (pan-germanismo e pan-eslavismo) e rivalidades (revanchismo francês contra a Alemanha; rivalidade anglo-germânica).
* Corrida armamentista.
* Formação de alianças político-militares
-  Tríplice Aliança: Alemanha; Império Austro-húngaro; e Itália
-      Tríplice Entente: Inglaterra, Rússia e França.

CRISES INTERNACIONAIS:
CRISE NO MARROCOS: França X Alemanha;
*  PRIMEIRA GUERRA BALCÂNICA (1913): Sérvia; Montenegro, Grécia e Bulgária X Império Turco;
*  SEGUNDA GUERRA BALCÂNICA (1913):Bulgária X Sérvia.


Causa imediata (gota d’água): assassinato do herdeiro do trono austríaco (Arquiduque Francisco Ferdinando), em Sarajevo (Bósnia), em 1914, ativa as alianças militares.




          Guerra de Movimento (1914 – Plano Schieffen): lançar o grosso das tropas contra a França, passando pela Bélgica e voltando-se contra os russos, somente após a rendição francesa. Na Batalha do Marne o General Joffre conteve os alemães.
          Guerra de posições ou trincheiras (1914 – 1918):  imobilidade das tropas que morriam de frio, tifo e infecção, nas trincheiras.
          Ofensivas de 1918 -  novos rumos do combate:
        uso de tanques;
        aumento da eficiência dos aviões de caça, bombardeio e observação;
        entrada dos EUA na guerra (desde 1917).



O DESENROLAR DA GUERRA:
1915 – A Itália entra na guerra ao lado da Tríplice Entente;
1917 - Entrada dos EUA na guerra.
1918 - Os russos, após a Revolução Socialista, assinam o tratado de Brest-Litóvisk se retirando da guerra.
1918 – A Alemanha assina o armistício.


OS TRATADOS DE PAZ:
Os 14 pontos de Woodrow Wilson.    "Paz sem vencedores"
 1919 - O Tratado de Versalhes.


 CLÁUSULAS DO TRATADO DE VERSALHES:
CLÁUSULAS TERRITORIAIS 
Alsácia-Lorena foi devolvida à França.
 Polônia independente;
Colônias alemãs da África foram incorporadas pela Inglaterra, França e Bélgica;
Colônias alemãs no Pacífico foram incorporadas pelo Japão e Inglaterra.

CLÁSULAS MILITARES
Alemanha seria desarmada e o exército reduzido a 100 mil homens, não teria marinha de guerra, artilharia pesada, tanques ou aviões.

CLÁUSULAS FINANCEIRAS – Alemanha devia pagar reparações dos bens nacionais e privados dos países atacados. Deveria pagar pensões aos mutilados, viúvas e órfãos.

Consequências da Guerra:

10 milhões de mortos / cidades destruídas / Campos arrasados;
Supremacia dos EUA;
Novo mapa político da Europa
 A Revolução Russa;
 Surgimento de Regimes Nazifascistas.

A Europa antes da guerra.




A Europa depois da guerra.


Primeira Guerra Mundial: A Grande Guerra

fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-mundial.htm

Por Me. Cláudio Fernandes
Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi considerada por muitos de seus contemporâneos como a mais terrível das guerras. Por este motivo, tornou-se conhecida durante muito tempo como “A Grande Guerra”. Para se compreender os motivos de ter sido uma guerra tão longa e de proporções catastróficas é necessário relembrar alguns aspectos do cenário político e econômico mundial das últimas décadas do século XIX.
Na segunda metade do século XIX, a junção entre capitalismo financeiro e capitalismo industrial proporcionou a integração econômica mundial, favorecendo assim, principalmente, as nações que haviam começado seu processo de industrialização. Essas mesmas nações expandiram significativamente seu território em direção a outros continentes, sobretudo ao Asiático, ao Africano e à Oceania. A Inglaterra, por exemplo, integrou grandes países ao seu Império, como a Índia e a Austrália. Todo esse processo é conceitualmente tratado pelos historiadores como Imperialismo e NeocolonialismoNesse cenário se desencadearam os principais problemas que culminaram no conflito mundial.
No início da década de 1870, a Alemanha promovia sua unificação com a Prússia e, ao mesmo tempo, enfrentava a França naquela que ficou conhecida como Guerra Franco-Prussiana. Ao vencer a França, a Alemanha possou a ter posse sobre uma região rica em minério de ferro, que foi importantíssima para o desenvolvimento de sua indústria, incluindo a indústria bélica. Tratava-se da região de Alsácia e Lorena. A França, na década posterior à guerra contra a Alemanha, desenvolveu um forte sentimento de revanche, o que provocava uma enorme tensão na fronteira entre os dois países. A tensão se agravou quando Otto Von Bismarck, o líder da unificação alemã, estabeleceu uma aliança com a Áustria-Hungria e com a Itália, que ficou conhecida como Tríplice Aliança. Essa aliança estabelecia tanto acordos comerciais e financeiros quanto acordos militares.
A França, que se via progressivamente ameaçada pela influência que era estabelecida pela Alemanha, passou a firmar acordos, do mesmo gênero da Tríplice Aliança, com o Império Russo, czarista, em 1894. A Inglaterra, que era um dos maiores impérios da época e também se resguardava do avanço alemão e temia sofrer perdas de território e bloqueios econômicos, acabou se aliando à França e à Rússia, formando assim a Tríplice Entente.
A tensão entre as duas alianças se tornou crescente, especificamente em algumas regiões, como a península balcânica. Na região dos Balcãs, dois grandes impérios lutavam para impor um domínio de matiz nacionalista: o Austro-Húngaro e o Russo. A Rússia procurava expandir sua ideologia nacionalista eslava (conhecida como Pan-eslavismo) e apoiava a criação, nos Balcãs, do estado da Grande Sérvia, enquanto que a Áustria-Hungria se aproveitava da fragilidade do Império Turco-Otomano (que dominou esta região durante muito tempo) e procurava, com a ajuda da Alemanha, estabelecer um controle na mesma região, valendo-se também de uma ideologia nacionalista (conhecida como Pangermanismo). No ano de 1908, a região da Bósnia-Herzegovina foi anexada pela Áustria-Hungria, o que dificultou a criação da “Grande Sérvia”. Além disso, a Alemanha tinha interesses comerciais no Oriente Médio, em especial no Golfo Pérsico, e pretendia construir uma ferrovia de Berlim a Bagdá, passando pela península balcânica.
O estopim para o conflito entre as duas grandes forças que se concentravam na região dos Balçãs veio com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, por um militante da organização terrorista Mão Negra, de viés nacionalista eslavo. O assassinato do arquiduque ocorreu em 28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. Francisco Ferdinando tinha ido a Sarajevo com a proposta da criação de uma monarquia tríplice para região, que seria governada por austríacos, húngaros e eslavos. Sua morte acirrou os ânimos nacionalistas e conduziu as alianças das principais potências europeias à guerra.
O assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, na cidade de Sarajevo, foi considerado o estopim da Primeira Guerra.2
O assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, na cidade de Sarajevo, foi considerado o estopim da Primeira Guerra2
A Áustria percebeu neste fatídico acontecimento a oportunidade de atacar a Sérvia e demolir o projeto eslavo de construção de um forte estado. Sendo assim, Áustria-Hungria e Alemanha deram um ultimato à Sérvia para solucionar o caso do assassinato de Francisco Ferdinando. A Servia negou-se a ceder à pressão dos germânicos e, com o apoio da Rússia, sua aliada, preparou-se para o que veio a seguir: a declaração de guerra por parte da Áustria-Hungria, que foi formalizada em 28 de julho de 1914. Logo a França ofereceu apoio à Rússia contra a Áustria-Hungria, o que fez a Alemanha declarar guerra contra a Rússia e a França. O conflito logo se expandiu para outras regiões do globo.
A guerra se intensificou quando o exército alemão, que era o mais moderno da época, rumou em direção à França, passando pelo território belga, que era neutro. Isso fez com que a Inglaterra, aliada da Rússia, declarasse guerra à Alemanha. A partir desse momento, a guerra ganhou proporções cada vez mais catastróficas. As principais formas de tática militar eram a guerra de trincheiras, ou guerra de posição, que tinha por objetivo a proteção de territórios conquistados; e a guerra de movimento, ou de avanço de posições, que era mais ofensiva e contava com armamentos pesados e infantaria equipada.
Ao longo da guerra, o uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria, aliado a novas invenções como o avião e os tanques, deu aos combates uma característica de impotência por parte dos soldados. Milhares de homens morreram instantaneamente em bombardeios ou envoltos em imensas nuvens de gás tóxico. Essa característica produziu um alto impacto na imaginação das gerações seguintes à guerra. Escritores como Erich Maria Remarque, Ernst Jünger e J. J. R. Tolkien, que combateram na Primeira Guerra, extraíram dela muitos elementos para composição de suas histórias.
O ano de 1917 foi decisivo no contexto da “Grande Guerra”. Nesse ano, a Rússia se retirou do fronte de batalha, haja vista que seu exército estava obsoleto e sua economia arruinada. Foi neste ano também que os revolucionários bolcheviques fizeram sua revolução comunista na Rússia, fato crucial para a efervescência política europeia das décadas seguintes. Foi ainda em 1917 que os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França e contra a Alemanha, que já não mais tinha a mesma força do início da guerra. Sendo que, após o fim da Primeira Guerra em 1918, os Estados Unidos tornaram-se a grande potência fora do continente europeu.
A “Grande Guerra” chegou ao fim em 1918, com vitória dos aliados da França e grande derrota da Alemanha. O ponto mais importante a se destacar quanto ao fim da guerra são as determinações do Tratado de Versalhes. Nessas determinações, os países vencedores não aceitaram a orientação da Liga das Nações de não submeter a Alemanha derrotada à indenização pelos danos da guerra. Sendo assim, a Alemanha foi obrigada a ceder territórios e a reorganizar sua economia tendo em conta o futuro ressarcimento aos países vencedores da Primeira Guerra, sobretudo a França.
O saldo de mortos durante os cinco anos da Primeira Guerra foi de um total de 8 milhões, dentre estes, 1.800.000 apenas de alemães. Esse tipo de mortandade acelerada e terrivelmente impactante tornou a se repetir a partir de 1939, com a Segunda Guerra Mundial.
A Primeira Guerra deixou um enorme número de soldados mortos para todas as nações envolvidas, além da vasta destruição nas cidades europeias
A Primeira Guerra deixou um enorme número de soldados mortos para todas as nações envolvidas, além da vasta destruição nas cidades europeias
O imaginário da Primeira Guerra povoa os territórios de várias artes. No cinema, por exemplo, temos inúmeros filmes que a tematizam. Dois deles merecem destaque: “Corações do Mundo” (1918), de Griffith, produzido ainda “sob o calor da guerra” e “Glória Feita de Sangue” (1957), de Stanley Kubrick.