sábado, 26 de novembro de 2016

A Ditadura Militar (1964-1985)

1 - Antecedentes:
Esgotamento do populismo: manifestações de massa, greves, agravamento de tensões sociais.
Temor dos EUA com a possibilidade de “novas revoluções cubanas” na América Latina.
Apoio de setores civis conservadores ao golpe militar.
Doutrina de Segurança Nacional é assimilada pelo exército:
Guerra total contra o comunismo.

2 - O Brasil após o golpe:
09/04/1964: Ato Institucional nº 1 (AI – 1):
Demissão de funcionários públicos (civis ou militares) leais ao antigo governo.
Cassações de mandatos de opositores do golpe.
Prisões de opositores.
Eleições indiretas para presidente.


Divisões entre os militares:
SORBONNE: oriundos da ESG (Escola Superior de Guerra – 1948), intelectuais, veteranos da 2ª Guerra, próximos da UDN, alinhados ideologicamente com os EUA, anticomunistas, partidários de um poder executivo forte e soluções econômicas técnicas.
LINHA DURA: também anticomunistas, sem ligações diretas com os EUA, nacionalistas, avessos a políticos e a qualquer tipo de democracia.


(Caricatura dos cinco presidentes militares)

3 - O governo CASTELLO BRANCO (Sorbonne 1964 – 1967):

PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo):
Corte de gastos.
Aumento de tarifas e impostos.
Criação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
Aumento salarial (1X ao ano) abaixo da inflação.
Restrição de crédito.
Arrocho salarial, recessão e desemprego.

Fim da Lei de Remessa de Lucros (1962).
Desvalorização monetária (cruzeiro novo).
Compra de empresas nacionais por estrangeiras.
Renegociação da dívida externa.
Novos empréstimos.
Aproximação cada vez maior com EUA.
“O que é bom para os EUA é bom para o Brasil” (Juracy Magalhães – Ministro das Relações Exteriores)

Jul/64 – prorrogação do mandato presidencial até mar/67.
Impopularidade do governo.
Em 1965, ocorrem eleições em 11 Estados. Os candidatos governistas perdem em vários.

Out/65 – AI – 2: Bipartidarismo
Extinção dos antigos partidos.
ARENA (Aliança Renovadora Nacional) – partido do governo.
MDB (Movimento Democrático Brasileiro) – oposição ao governo.
Autorização para fechar órgãos legislativos.
 
Fev/66 – AI-3: Eleições indiretas para governadores e indicação de prefeitos de capitais e cidades estratégicas.
Tentativa frustrada de formação de uma frente oposicionista composta por antigos rivais: Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart – FRENTE AMPLA.

Constituição de 1967:
Fortalecimento do Executivo.
Emendas constitucionais a cargo exclusivo do presidente.
Incorporação de Atos Institucionais.
LSN (Lei de Segurança Nacional) – defesa da pátria contra o “perigo comunista” (repressão consentida).

4 - O governo COSTA E SILVA (Linha Dura 1967 – 1969):
(Costa e Silva sozinho no Congresso)

Manifestações estudantis contra o governo (68).
Melhor qualidade e preço nos RU’s (Restaurantes universitários).
Assassinato do estudante Édson Luís.
                (RJ mar/68) em confronto com a polícia.
Passeata dos 100 mil (RJ jul/68).
Greves em Osasco (SP), Contagem e Belo Horizonte (MG).
Ampla repressão do governo.
 Passeata dos 100 mil (RJ jul/68).



Dez/68: AI – 5:
Maior instrumento de repressão da ditadura militar.
Pretexto: discurso do deputado Márcio Moreira Alves (MDB).
Fechamento do Poder Legislativo (presidente assume sua função).
Suspensão dos direitos políticos e individuais (HÁBEAS CORPUS).
Intervenção em Estados e municípios.
Permissão para cassar mandatos, demitir, prender, editar leis.
Prazo de validade indeterminado.
 
Início da ação armada contra o governo:
ALN, MR-8, VPR, VAR-PALMARES, PCBR.
Guerrilha urbana (sequestros de embaixadores e diplomatas estrangeiros, assaltos a banco).
Guerrilha rural (Araguaia – PA).

Ago/69: Costa e Silva adoece e é afastado.
Vice Pedro Aleixo é impedido de assumir.
Ago-out/1969 – Junta militar assume o poder e escolhe novo presidente.

5 - O governo E. G. MÉDICI (Linha Dura 1969 – 1974):
(Emílio Garrastazu Médici com a Seleção de 1970 no Planalto)
Prisões, torturas, assassinatos (“desaparecidos”).
Repressão intensa e eliminação da guerrilha de esquerda (SNI, DOI-CODI, OBAN, DOPS...)

Popularidade: censura e propaganda.
Slogans ufanistas e otimistas:


Valorização de conquistas esportivas: futebol e automobilismo (associação de vitórias com o sucesso do governo).


Milagre Econômico (1969 – 1974):
Delfim Netto (Ministro da economia).
Crescimento de 10% ao ano.
Facilidades de crédito (bens de consumo duráveis).
Arrocho salarial.
Investimentos externos (favorecimento do governo).
Grandes empréstimos.

Obras faraônicas:
Rodovia Transamazônica (jamais concluída).
Rodovia Rio-Santos.
Ponte Rio-Niterói.
Ponte Colombo-Salles (SC).
Hidrelétricas de Solteira (SP) e Passo Fundo (RS).
 
(Rodovia Transamazônica no período de construção)
(Rodovia Transamazônica no dias atuais)

Crise do petróleo (73 – 74) abala crescimento do “Milagre”.

6 - O governo ERNESTO GEISEL (Sorbonne 1974 – 1979):
Abertura “lenta, gradual e segura”.
Crise econômica.
Programa PROÁLCOOL.
2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento):
Manutenção de modelo anterior.
Novos empréstimos
Mais importações.
Busca de novos mercados para exportação.
Tentativa de substituir importações.

Mais obras faraônicas ou projetos de utilidade questionável:
Usinas siderúrgicas de Tubarão (ES) e Açominas (MG).
Ferrovia do Aço (MG) – interrompida em 1979.
Usinas hidrelétricas de Itaipu (PR), Tucuruí (PA), e Sobradinho (BA).
Acordo nuclear com ALE para construção de 8 usinas nucleares (apenas uma realmente começou a funcionar – ANGRA I).

Eleições parlamentares (1974): vitória do MDB.
Fim da censura prévia aos meios de comunicação (1975).
OUT/1975: assassinato do jornalista Wladimir Herzog sob tortura.
JAN/1976: assassinato do operário Manoel Fiel Filho, também torturado.
Demissão de Ednardo D’Ávila Filho (comandante do 2º Exército).
Lei Falcão (1976): limitação da propaganda política.

ABR/77: Pacote de Abril:
Fechamento do Congresso.
Mandato presidencial de 6 anos.
Criação dos “senadores biônicos”.
OUT/78: Fim do AI – 5.
Início das greves dos sindicatos do ABC paulista (Lula).


(Lula em comício e sendo identificado e preso pelo DOPS)
7 - O governo JOÃO BAPTISTA FIGUEIREDO (1979 – 1985):
Conclusão do processo de abertura política.
Crise econômica permanente (inflação, desemprego, empréstimos com altos juros).

AGO/1979: Lei da Anistia.
Exceto para envolvidos com luta armada e atos terroristas.
Retorno de exilados políticos : Brizola, Prestes, Miguel Arraes...
 

NOV/1979: Pluripartidarismo
Reação da “Linha Dura” do exército à abertura política:
Atentados terroristas em bancas de revistas, contra a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Atentado do Riocentro (30/04/1981).
Desmoralização da “Linha Dura”
 
(Evolução simplificada dos partidos políticos nas últimas décadas da República brasileira) 

1982: Eleições diretas para governador (vitória de candidatos oposicionistas em 10 estados, incluindo SP, RJ e MG).
MAR/84: Emenda Dante de Oliveira (PMDB – MT):
Eleições diretas para Presidente da República.
Mobilização nacional – campanha das “Diretas Já”
Vetada pelo congresso por 22 votos de diferença.
 
(Chico Buarque na campanha das diretas já)

JAN/85: Eleições indiretas para presidente:
Paulo Maluf – candidato a presidente pelo PDS  
X
Tancredo Neves (PMDB) candidato a presidente e José Sarney (PFL) vice.

21/04/1985: Tancredo Neves morre.
José Sarney (vice) assume definitivamente a presidência.


 (José Sarney)

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