quarta-feira, 22 de junho de 2016

Brasil: Segundo Reinado



POLÍTICA INTERNA
          3 fases:

        Consolidação (1840 – 1850):

        Conciliação (1850 – 1870):

        Crise (1870 – 1889):

          2 correntes políticas:

        Liberais: profissionais liberais urbanos, latifundiários ligados a produção para o mercado interno (áreas mais novas).

        Conservadores: grandes comerciantes, latifundiários ligados ao mercado externo, burocracia estatal.

        Sem divergências ideológicas, disputavam o poder mas convergiam para a conciliação. Ambos representavam elites econômicas.

          Parlamentarismo às avessas:

        Poder legislativo subordinado ao executivo.

        Imperador = peça central nas decisões.

        Liberais e Conservadores manipulados por D. Pedro II, cientes de que precisavam de sua proteção.









ECONOMIA

          Café: principal produto.

        Mercado externo (EUA/EUROPA).

        Alto valor.

        Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis.

        Região Sudeste.

        Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos).

        Desenvolvimento de comunicações (telégrafo, telefone).

        Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comércio, bancos, indústrias)


CAFÉ: ECONOMIA LATIFUNDIÁRIA, DE EXPORTAÇÃO, ESCRAVISTA E MONOCULTORA.

        Vale do Paraíba (RJ – SP): 1ª zona de cultivo. Início no final do século XVIII. Latifúndio escravista tradicional, sem inovações técnicas. Principal até aproximadamente 1860-70.

        Oeste paulista: 2ª zona de cultivo. Início aproximadamente a partir de 1850. Tecnologicamente mais avançado. Introdução do trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. “Terra Roxa.


          Açúcar: decadência

        Concorrência externa.

        Açúcar de beterraba (Europa).

        Queda no preço.

          Outros produtos:

        Algodão (MA): importante entre 1861 e 1865 (18%)

ü  Guerra de Secessão (EUA)

        Borracha (AM e PA): importante a partir de 1880 (8%)

ü  II Revolução Industrial – automóveis.

        Couros e peles (6 – 8%)

        Fumo (2 – 3%)

          A “Era Mauá” (1850 – 1870):

        Início da industrialização.

        Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá).

        Causas:

ü  Tarifa Alves Branco (1844):

          Aumento de tarifas para importados.

          Aumento de arrecadação para o Estado.

          Estímulo involuntário para a indústria nacional.

ü  Fim do tráfico negreiro (1850):

          Liberação de capitais.

Características do Surto Industrial:

        Produção destinada ao mercado interno.

        Surto industrial que não alterou o a estrutura econômica nacional

        Bens de consumo não duráveis.

        Setor têxtil: principal.

        Motivos do fracasso:

ü  Falta de apoio do governo.

ü  Oposição de latifundiários).

ü  Concorrência inglesa.

SOCIEDADE:

          A Revolução Praieira (PE – 1848):

        Causas: concentração fundiária e crise econômica.

        Líderes: Pedro Ivo e Abreu Lima.

        Jornal “Diário Novo” – Rua da Praia.

        Manifesto ao Mundo: voto universal, liberdade de imprensa, abolição da escravidão, proclamação da República, nacionalização do comércio, direito ao trabalho.

        Última grande revolta do período.

        Influência das revoluções liberais europeias.

          A Lei de Terras (lei n°601 de 1850):

        Até o ano de 1850, as terras brasileiras poderiam ser adquiridas através da posse.

        Terras sem registro = “devolutas” (pertencentes ao Estado).

        Regularização mediante a compra de registro.

        Consequências:

          Pequenos proprietários perdem suas terras.

          Concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários.

          Imigrantes e escravos libertos sem acesso a terra.

          Mão-de-obra barata e numerosa para grandes latifundiários.

POLÍTICA EXTERNA:

          Conflitos platinos:

        Causa básica: controle da navegação na Bacia do Prata.

        Causas secundárias:

ü  Disputas territoriais e enfraquecimento de rivais.

ü  Acesso a províncias do interior, especialmente MT (BRA).

        Situação no URUGUAI: 2 partidos rivais.

ü  Blancos – estancieiros, interior, pró-ARG, líder - ORIBE;

                                                                      X

ü  Colorados – comerciantes, Montevidéu, pró-BRA, líder - RIVERA.

ü  Situação na ARGENTINA: Buenos Aires X Interior

ü  Buenos Aires: Rosas (apoiado pelos Blancos do URU).

ü  Interior (Corrientes e Entre-Ríos) : Urquiza (apoiado pelos Colorados do URU e pelo Brasil).

ü  1850: Guerra contra Oribe e Rosas:

ü  BRA invade URU e ARG e depõe seus governantes.

ü  Assumem Rivera (Colorado) no URU e Urquiza na ARG.

ü  1864: Guerra contra Aguirre (URU – Blanco):

ü  BRA invade o URU, depõe Aguirre e coloca em seu lugar o colorado Venâncio Flores.

          Equilíbrio no Prata é rompido. Aguirre tinha acordo com o líder paraguaio Solano López. A Questão Christie (1863 – 1865):

        Rompimento de relações diplomáticas entre BRA e ING.

        Causas:

ü  Roubo de carga de navio inglês naufragado no RS (ING exige  indenização);

ü  Prisão de marinheiros ingleses no RJ (ING exige desculpas).

        W. D. Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisiona 5 navios brasileiros no porto do RJ a título de indenização.

        BRA paga indenização mas exige desculpas da ING por invadir porto do RJ.

        Leopoldo I (BEL) favorável ao BRA;

        BRA rompe relações diplomáticas com a ING.

        ING desculpa-se oficialmente em 1865.

          A Guerra do Paraguai (1865 – 1870):

        Maior conflito armado da América Latina.

        Antecedentes:

ü  PAR: sem dívida externa, sem analfabetismo, miséria ou escravidão, com indústrias, estradas de ferro, universidades, telégrafo, exército desenvolvido, governado ditatorialmente por Solano López.

        Causas:

ü  PAR sem saída para o mar (anexações no BRA e ARG).

ü  “Mau exemplo” – oposição inglesa ao projeto paraguaio.

ü  Rompimento de relações diplomáticas com o BRA (represália a invasão do URU e deposição de Aguirre).

ü  Invasão paraguaia ao MT e ARG (1865).


CONSEQUENCIAS:

        ING: retaguarda (empréstimos).

        Consequências:

ü  PAR: 600 mil mortos (99% dos homens), dívidas, perdas territoriais.

ü  BRA: endividamento, fortalecimento político do exército, crise do escravismo e do Império.

ü  ING: afirmação de interesses econômicos na região


O Paraguai depois da guerra:

IMIGRAÇÃO E ABOLIÇÃO


          A imigração:

        Superação da crise do escravismo.

        Mito do “embranquecimento”.

        Necessidade de mão de obra (cafeicultura – sudeste).

        Ocupação e defesa (região sul).

        Crise econômica e social em países europeus.


          A crise do escravismo:

        Oposição inglesa (Bill Aberdeen – 1845).

        Lei Eusébio de Queirós (1850).

          Fim do tráfico de escravos.

          Tráfico interprovincial (NE – SE).

          Aumento do valor dos escravos.

        Movimento abolicionista: intelectuais, camadas médias urbanas, setores do exército.

        Prolongamento da escravidão por meio de leis inócuas:

          Lei do Ventre Livre (1871).

          Lei dos Sexagenários ou Saraiva-Cotegipe (1885).

          Radicalização do movimento abolicionista.

          Lei Áurea (1888):

          Fim da escravidão sem indenizações.

          Marginalização de negros.

          Crise política do império

A CRISE GERAL DO IMPÉRIO (a partir de 1870):

          A questão religiosa:

        Igreja atrelada ao Estado (Constituição de 1824).

ü  Padroado e Beneplácito.

        1864 – Bula Syllabus (Papa Pio IX): maçons expulsos dos quadros da Igreja.

        D. Pedro II proíbe tal determinação no Brasil.

        Bispos de Olinda e Belém descumprem imperador e são presos.

        Posteriormente anistiados.

        Igreja deixa de prestar apoio ao Imperador.

          Questão militar:

        Exército desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca aparelhagem e investimentos.

        Exército fortalecido nacionalmente após a Guerra do Paraguai.

        Punições do governo a oficiais que manifestavam-se politicamente.

ü  Sena Madureira, Cunha Matos.

        Penetração de idéias abolicionistas e republicanas positivistas nos quadros do exército associam o Império ao atraso institucional e tecnológico do país.

          Questão Republicana:

        1870: Manifesto Republicano (RJ) – dissidência radical do Partido Liberal.

        1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), vinculado a importantes cafeicultores do Estado.

        Descompasso entre poderio econômico dos cafeicultores do Oeste Paulista e sua pequena participação política.

        Abolicionismo em contradição com o escravismo defendido por velhas elites aristocráticas cariocas.

        Idéia do Federalismo – maior autonomia estadual.

        Apoio de classes médias urbanas, também pouco representadas pelo governo imperial.

          Questão Abolicionista:

        Abolição da Escravidão (1888) retira do governo imperial sua última base de sustentação: aristocracia tradicional.

          Império é atacado por todos os setores, sendo associado ao atraso e decadência.


          A Proclamação da República (15/11/1889):

        1888 – D. Pedro II tenta implementar reformas políticas inspiradas no republicanismo através de Visconde de Ouro Preto:

ü  Autonomia provincial, liberdade de culto e ensino, senado temporário, facilidades de crédito...

        Reformas negadas pelo parlamento que é dissolvido pelo imperador.

        Republicanos espalham boatos de supostas prisões de líderes militares.

        Marechal Deodoro da Fonseca lidera rebelião que depõe D. Pedro II.



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