ANOS
|
||||
QUESTÕES
|
8º
|
9º
|
| |
1
|
C
|
|||
2
|
||||
3
|
||||
4
|
||||
5
|
||||
6
|
A
|
B
|
||
7
|
E
| C | ||
8
|
D
| B | ||
9
|
B
| B | ||
10
|
B
| E | ||
11
|
C
| A | ||
12
|
B
| D | ||
13
|
C
| D | ||
14
|
D
| B | ||
15
|
A
| B |
quinta-feira, 30 de junho de 2016
GABARITO VG SEGUNDO BIMESTRE
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Colonização do Brasil
Material disponibilizado pela professora Juliana Lopes para os alunos do 1º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Celso Machado.
A
colonização do Brasil: um processo que marcou profundamente a formação do nosso
país.
O
processo de colonização do Brasil foi conseqüência do já desenvolvido processo
de expansão marítima realizado pelos portugueses. Durante o século XV, os
portugueses ocuparam regiões estratégicas da Ásia e da África que poderiam ser
utilizadas como foco de expansão comercial. Posteriormente, o controle dessas
áreas abrira espaço para que as primeiras práticas colonizadoras fossem
empreendidas nas Ilhas de Açores e Madeira.
A conquista de rotas comerciais com o Oriente, tido até então principal área de fluxo comercial das nações européias, fez com que a descoberta das terras brasileiras não fosse de muito interesse para a Coroa. Nos primeiros trinta anos de colonização, as únicas atividades se limitavam a realizar a extração do pau-brasil nas regiões litorâneas do país. Tal empreendimento contava com a colaboração dos índios, que em troca de alguns produtos e utensílios, realizavam a derrubada e o armazenamento da madeira.
No entanto, o repúdio de algumas nações contra o monopólio ibérico sobre a exploração das terras americanas viria a transformar esse quadro. Nações como a França e a Holanda reivindicavam a adoção do princípio de uti possidetis para que os territórios coloniais fossem devidamente demarcados. Ao mesmo tempo em que protestavam, essas nações ameaçavam a hegemonia lusitana em terras brasileiras com o envio de expedições de reconhecimento do território tupiniquim.
Tais ameaças fizeram com que a política colonial portuguesa fosse modificada. No ano de 1530, o expedicionário Martim Afonso de Sousa fundou o primeiro centro de exploração colonial no litoral do atual Estado de São Paulo. Essa primeira ocupação deu origem à Vila de São Vicente que, tempos depois, teria a companhia de outros focos de ocupação localizados na região do Planalto de Piratininga. Muitos dos primeiros habitantes eram degredados e desertores que viviam marginalizados no Velho Continente.
A partir de então, a administração colonial contou com um primeiro sistema de distribuição organizado por meio da divisão do território. Essa divisão deu origem às chamadas capitanias hereditárias, grande extensões de terra que eram doadas para nobres, burocratas ou comerciantes influentes dentro da Corte lusitana. Aquele que recebia alguma capitania era chamado de donatário e teria que cumprir com os princípios estabelecidos por dois documentos legais: a Carta de Doação e o Foral.
Esse primeiro sistema de controle e povoamento da colônia brasileira acabou não tendo grandes resultados. Com isso, os portugueses resolveram implantar um novo sistema administrativo mais centralizado e composto por representantes diretos do poder metropolitano. Foi daí que surgiu o chamado governo-geral, um governador nomeado pelo rei deveria tomar medidas em favor da criação de vilas, a exploração econômica das terras e o combate aos piratas e contrabandistas.
Para dar conta de tantas funções, o governador-geral contava com o apoio de um corpo de funcionários. Para tratar das questões de justiça havia a figura do ouvidor-mor; os recursos financeiros levantados pela atividade colonial e a arrecadação de impostos era responsabilidade do provedor-mor; e o capitão-mor combatia os invasores e criminosos do ambiente colonial. A primeira cidade escolhida para abrigar o governo-geral foi Salvador, considerada a primeira capital do Brasil.
Além de contar com o interesse da Coroa, a colonização também se desenvolveu graças à ação dos missionários da Ordem de Jesus. Os padres jesuítas vinham para o Brasil com objetivo de catequizar as populações nativas e, por meio de sua ação, acabavam dando uma justificativa religiosa à presença dos portugueses em terras distantes. A disseminação do cristianismo acabava dando sustentação a toda exploração e expropriação praticadas nesse tempo.
Dessa maneira, dava-se início a um dos mais longos períodos da história brasileira. Ao longo de quatro séculos, os portugueses empreenderam negócios rentáveis à custa de uma estrutura administrativa centralizada e voltada para os exclusivos interesses da metrópole. Muitas das feições sociais, políticas, econômicas e culturais assumidas pelo Brasil na atualidade são fruto desse longo período histórico.
A conquista de rotas comerciais com o Oriente, tido até então principal área de fluxo comercial das nações européias, fez com que a descoberta das terras brasileiras não fosse de muito interesse para a Coroa. Nos primeiros trinta anos de colonização, as únicas atividades se limitavam a realizar a extração do pau-brasil nas regiões litorâneas do país. Tal empreendimento contava com a colaboração dos índios, que em troca de alguns produtos e utensílios, realizavam a derrubada e o armazenamento da madeira.
No entanto, o repúdio de algumas nações contra o monopólio ibérico sobre a exploração das terras americanas viria a transformar esse quadro. Nações como a França e a Holanda reivindicavam a adoção do princípio de uti possidetis para que os territórios coloniais fossem devidamente demarcados. Ao mesmo tempo em que protestavam, essas nações ameaçavam a hegemonia lusitana em terras brasileiras com o envio de expedições de reconhecimento do território tupiniquim.
Tais ameaças fizeram com que a política colonial portuguesa fosse modificada. No ano de 1530, o expedicionário Martim Afonso de Sousa fundou o primeiro centro de exploração colonial no litoral do atual Estado de São Paulo. Essa primeira ocupação deu origem à Vila de São Vicente que, tempos depois, teria a companhia de outros focos de ocupação localizados na região do Planalto de Piratininga. Muitos dos primeiros habitantes eram degredados e desertores que viviam marginalizados no Velho Continente.
A partir de então, a administração colonial contou com um primeiro sistema de distribuição organizado por meio da divisão do território. Essa divisão deu origem às chamadas capitanias hereditárias, grande extensões de terra que eram doadas para nobres, burocratas ou comerciantes influentes dentro da Corte lusitana. Aquele que recebia alguma capitania era chamado de donatário e teria que cumprir com os princípios estabelecidos por dois documentos legais: a Carta de Doação e o Foral.
Esse primeiro sistema de controle e povoamento da colônia brasileira acabou não tendo grandes resultados. Com isso, os portugueses resolveram implantar um novo sistema administrativo mais centralizado e composto por representantes diretos do poder metropolitano. Foi daí que surgiu o chamado governo-geral, um governador nomeado pelo rei deveria tomar medidas em favor da criação de vilas, a exploração econômica das terras e o combate aos piratas e contrabandistas.
Para dar conta de tantas funções, o governador-geral contava com o apoio de um corpo de funcionários. Para tratar das questões de justiça havia a figura do ouvidor-mor; os recursos financeiros levantados pela atividade colonial e a arrecadação de impostos era responsabilidade do provedor-mor; e o capitão-mor combatia os invasores e criminosos do ambiente colonial. A primeira cidade escolhida para abrigar o governo-geral foi Salvador, considerada a primeira capital do Brasil.
Além de contar com o interesse da Coroa, a colonização também se desenvolveu graças à ação dos missionários da Ordem de Jesus. Os padres jesuítas vinham para o Brasil com objetivo de catequizar as populações nativas e, por meio de sua ação, acabavam dando uma justificativa religiosa à presença dos portugueses em terras distantes. A disseminação do cristianismo acabava dando sustentação a toda exploração e expropriação praticadas nesse tempo.
Dessa maneira, dava-se início a um dos mais longos períodos da história brasileira. Ao longo de quatro séculos, os portugueses empreenderam negócios rentáveis à custa de uma estrutura administrativa centralizada e voltada para os exclusivos interesses da metrópole. Muitas das feições sociais, políticas, econômicas e culturais assumidas pelo Brasil na atualidade são fruto desse longo período histórico.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Primórdios da Colonização Portuguesa
Nas
primeiras décadas que se seguiram ao descobrimento, o
Brasil conheceu um relativo abandono. Salvo o monopólio régio do pau-brasil e a presença de algumas expedições no
litoral brasileiro, os portugueses não se interessaram pelas novas-terras. Os
esforços da metrópole, naquele momento, estavam concentrados no rendoso
comércio com as Índias e no estabelecimento do Império Colonial do Oriente. Por
essa razão, o período que vai de 1500 a 1530 recebeu a denominação de período
pré-colonial.
1. As primeiras expedições
Em
1501, chegou ao litoral brasileiro a primeira expedição oficial portuguesa. Sob
o comando de Gaspar de Lemos e trazendo a bordo o navegador Américo Vespúcio, o
seu objetivo era o reconhecimento da costa brasileira, denominando os acidentes
geográficos e elaborando um mapa do litoral. Dois anos depois (1503) uma nova
expedição esteve no Brasil; desta feita, organizada por particulares e sob o
comando de Gonçalo Coelho, prosseguiu o reconhecimento da nova terra e retomou
a Portugal levando o primeiro carregamento de pau-brasil.
Nesse período, intensificava-se
a presença de estrangeiros, especialmente dos franceses, no litoral brasileiro.
O contrabando do pau-brasil aumentava, visto que os franceses estabeleceram
sólidas alianças com os indígenas – os potiguaras no Norte e os tupinambás no
Sul – que também eram empregados na extração da madeira. Ação desses entrelopos
era apoiada por Francisco I, rei da França, que se recusava a aceitar as
determinações do Tratado de Tordesilhas. Diante disso, Portugal enviou ao
Brasil duas expedições com objetivos militares. A primeira em 1516 e a segunda
em 1526, e ambas comandadas por Cristóvão Jacques: eram as expedições
guarda-costas, que dispersaram ou aprisionaram mais de uma dezena de navios
franceses e espanhóis, que também rondavam as terras portuguesas.
Essas expedições também
deixaram no solo brasileiro os primeiros povoadores brancos. Na sua maioria,
eram degredados, ou seja, condenados pela justiça ao trabalho nas galés, à
prisão perpétua ou à morte, e que tinham suas penas substituídas pelo degredo.
2. Os primeiros passos da
colonização
O ano
de 1530 marca o início da colonização do Brasil. O lucrativo comércio de
especiarias do Oriente mostrava-se deficitário, em razão dos altos custos
militares que garantiam o monopólio português nas Índias. Além disso, crescia a
presença dos contrabandistas franceses (entrelopos) no litoral brasileiro,
intensificando o contrabando de pau-brasil. Diante desse novo quadro, D. João
III, rei de Portugal, organizou a primeira expedição colonizadora, cujo comando
foi dado a Martim Afonso de Sousa.
A primeira expedição
colonizadora
Composta
de quatrocentos homens, a expedição de Martim Afonso de Sousa tinha três
finalidades: iniciar a colonização (povoamento),
fazer o reconhecimento (exploração)
e proteger o litoral contra a presença estrangeira.
Por isso, parte dela navegaria até o Maranhão, reconhecendo o litoral e
combatendo os franceses que infestavam a costa pernambucana. Outra, seguiria
para o Sul, até atingir o rio da Prata, além de promover uma entrada para o interior, em Cananéia, São
Paulo.
Uma Vila e um Engenho
Em
1532, Martim Afonso de Sousa fundou a vila de São Vicente, a primeira do
Brasil, que com sua igreja, Câmara Municipal e Cadeia assinala o nascimento do
primeiro núcleo de povoamento português na América. Ao redor da vila, surgiram
plantações de cana-de-açúcar e um primeiro engenho: Engenho
do Governador, depois batizado com o nome de São
Jorge dos Erasmos. Transpondo a Serra do Mar, Martim Afonso encontrou João Ramalho,náufrago que vivia entre
os índios do planalto de Pirantininga, onde foi instalada outra vila, que nunca
prosperou.
Capitanias Hereditárias
Em 1534, D. João III implantou
o sistema de capitanias hereditárias no Brasil. Com isso, Portugal dava início
à colonização efetiva de suas terras na América, visando compensar os efeitos
negativos da fracassada empresa mercantil nas Índias, e, ao mesmo tempo,
proteger os seus domínios ameaçados pelas ambições estrangeiras.
O sistema já
fora aplicado com êxito nas ilhas atlânticas, durante o século XV e, mesmo no
Brasil, já existia a capitania de São João, doada a Fernando de Noronha,
correspondendo ao atual arquipélago que tem o seu nome. O
significado do sistema
O sistema de capitanias refletia a incapacidade econômica da Coroa em
promover diretamente a colonização. Ao conceder terras a particulares, o Estado
transferia também para a iniciativa privada o ônus da colonização.
Os donatários recebiam lotes em caráter hereditário, indivisíveis e
inalienáveis no todo ou em parte, e que podiam ser readquiridos somente pela
Coroa. Vale dizer que o Estado concedia apenas a posse da terra, reservando
para si o domínio, ou seja, a propriedade dela.
A divisão
do Brasil em donatarias (capitanias hereditárias) correspondeu aos interesses
lusos de ocupação sistemática do litoral brasileiro.
As capitanias hereditárias do Brasil
O Brasil foi dividido em 15 lotes que abrangiam de 30 a 100 léguas de
costa, aprofundando-se para o interior até alcançar o meridiano de Tordesilhas.
Foram criadas 14 capitanias (a de São Vicente compreendia 2 lotes) distribuídas
a 12 donatários (Martim Afonso recebeu 2 lotes, e seu irmão, Pero Lopes recebeu
3). A partir daí, os donatários ficavam com a responsabilidade do cultivo,
colonização e defesa das terras recebidas. Posteriormente, foram criadas mais
duas capitanias: a de Trindade, em 1539, e a de Itaparica, em 1556.
Carta de doação e foral
Eram documentos que
representavam as bases jurídicas do sistema. O primeiro garantia a concessão da
capitania – dimensões e limites – e estabelecia o conjunto dos direitos e
deveres do donatário. O Foral definia minuciosamente os direitos e tributos
devidos ao rei, os direitos e obrigações dos colonos e suas relações com os
capitães donatários.
Esses
documentos conferiam aos donatários poderes administrativos, jurídicos e
militares, com responsabilidade somente perante o rei. O sistema, portanto, era
caracterizado pela descentralização administrativa.
O fracasso do sistema
De um modo geral, o sistema de
capitanias fracassou. Além da grande distância da metrópole, da hostilidade dos
indígenas, da grande extensão dos lotes e do desinteresse dos donatários,
faltaram recursos econômicos para a viabilização das capitanias e um órgão
centralizador que coordenasse a empresa colonizadora.
Das 14 capitanias criadas,
apenas duas conheceram relativo êxito: a de Pernambuco e a de São Vicente,
cujos donatários eram, respectivamente, Duarte Coelho Pereira e Martim Afonso
de Sousa. Hábeis administradores, ambos souberam captar a amizade dos indígenas
e desenvolveram com sucesso a lavoura canavieira, instalando engenhos, que, na
sua maioria, tinham a participação de capital italianos e holandês.
Governo-Geral do Brasil
Em
1549, diante do fracasso do sistema de donatarias, D. João III criou o
Governo-Geral do Brasil. Com ele, ficava estabelecido um órgão centralizador da
ação colonizadora, garantindo-lhe uma unidade administrativa. Com o
Governo-Geral, o Estado português assumia diretamente acolonização, sem
extinguir, contudo, o sistema de capitanias; ou seja: Portugal ainda continuava
se valendo dos esforços da iniciativa privada.
O conselho de Governo
O
governador-geral era nomeado diretamente pelo rei por um período de quatro anos
e contava com o concurso de três auxiliares, que com ele formavam o Conselho
de Governo. Destes três auxiliares, o ouvidor-mor era
responsável pela Justiça, o provedor-mor,
pelas finanças e o capitão-mor,
pela defesa do litoral.
Os
governadores-gerais eram nomeados com base em um Regimento,
um documento que definia seus encargos, atribuições e direitos no exercício da
administração. O Regimento de Tomé de Sousa – o primeiro governador-geral, por
exemplo – fixava como seus encargos: a fundação de uma cidade na Bahia, que
seria a capital da colônia; a pacificação de índios rebeldes; a construção de
fortes; o combate à ação de corsários e a doação de terras em sesmarias, entre
outros.
Tomé de Sousa (1549-53)
Foi o
primeiro governador-geral do Brasil, responsável pela instalação do novo
sistema de administração criado por Portugal. Do conjunto de suas realizações,
destacam-se: a fundação deSalvador (1549)
– a primeira capital da colônia e sede do governo até o século XVIII – e a
instalação do primeiro bispado do
Brasil. Com ele vieram os primeiros jesuítas,
chefiados por Manoel de Nóbrega, que fundaram na Bahia o primeiro colégio em
território brasileiro. No que se refere à economia, houve desenvolvimento da
economia açucareira, baseada na mão-de-obra escrava africana, e a introdução
das primeiras cabeças de gado.
Duarte da Costa (1553-58)
Durante
o seu governo, ocorreram vários distúrbios, motivados na sua maioria pelos
conflitos entre colonos e jesuítas, envolvendo a escravização de indígenas. Os
colonos tinham o apoio de Álvaro da Costa, filho do governador, que por sua vez
entrara em conflito com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, Sua gestão conviveu
ainda com a invasão francesa ao Rio de Janeiro, em 1555, onde foi
fundada a França
Antártica. Sem condições de combater os invasores, Duarte da Costa perdeu
a autoridade, comprometendo sua administração. Ainda no seu governo, José
de Anchieta e Manoel
de Paiva fundaram
o colégio de São Paulo, no planalto de Piratininga.
Mem de Sá (1558-72)
Mem de
Sá, o terceiro governador-geral, estimulou a lavoura de exportação e acabou com
os conflitos que envolviam colonos e jesuítas. No seu governo, iniciou-se a
longa campanha que resultou na destruição de França Antártica,
quando teve o apoio dos índios de Araribóia e do
seu sobrinho Estácio de Sá.
Nesse contexto, deu-se a fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro(1565),
a segunda cidade do Brasil, e a desmontagem da Confederação
dos Tamoios –
aliança indígena que apoiava os franceses – através do Armistício
de Iperoig, negociado pelos jesuítas José de Anchieta e Manoel
de Nóbrega.
Divisões e reunificações do
governo do Brasil
Mem de
Sá governou até 1572, quando faleceu em Salvador. O seu substituto, D. Luís de
Vasconcelos, nomeado em 1570, morreu antes da posse, em confronto com franceses
no mar. De 1572 a 1578, o Brasil foi dividido em dois governos: o do
Norte (Salvador) a cargo de Luís de Brito e Almeida e o do Sul (Rio de Janeiro)
com Antônio Salema. Com o fracasso da divisão, deu-se a reunificação. Salvador
era novamente a sede, sob a administração de Lourenço da Veiga. Entre 1602
e1612, durante a União Ibérica, ocorreu nova divisão e outra reunificação. Em
1621, o Brasil foi dividido em dois estados: Estado do Brasil e Estado do
Maranhão e, desta feita, até 1775, quando foi reunificado pelo Marquês de
Pombal.
Câmaras Municipais do Brasil Colônia
As
vilas e cidades da colônia, como previam as ordenações Reais, existiam as
Câmaras Municipais. Representativas do poder local, as Câmaras ou Conselhos
Municipais garantiam a participação política dos senhores de terras, membros da
aristocracia rural, os “homens bons”.
Eram
presididas por um juiz ordinário e formadas por três vereadores, todos
escolhidos localmente. Nas vilas principais, existia também a figura do juiz
de fora, cuja nomeação era feita diretamente pela Coroa. A
autonomia municipal era simbolizada pelo pelourinho, um marco erigido na praça
principal da povoação.
As atribuições das Câmaras
Municipais
As Câmaras Municipais possuíam
inúmeras atribuições, como a nomeação de servidores locais, o exercício de
papel de polícia local, a verificação do peso e do preço das mercadorias e a
designação de procuradores, seus representantes perante o governo da metrópole.
Além disso, legislavam em nível local, através das posturas municipais.
Em alguns casos, suas
atribuições superavam os limites das vilas, influenciando na lotação de cargos
da administração metropolitana ou exercendo encargos que eram privativos do
ministério público, ignorando a autoridade do governador-geral e
relacionando-se diretamente com Lisboa.
O poder das
edilidades coloniais é explicado pelo caráter agrário que assumiu a colonização
brasileira, uma vez que as vilas eram meras extensões do mundo rural, marcado
pelo predomínio dos grandes proprietários de terras e de escravos. Assim,
dentro da luta secular contra o centralismo,
representado por funcionários e por órgãos metropolitanos, as Câmaras
Municipais significaram, sempre, a força viva do localismo político.
A Igreja e a Colonização
Ao lado
do Estado europeu, a Igreja Católica ocupou uma posição de destaque na
colonização americana. O espírito cruzadista, típico do período medieval, que
esteve presente nos grandes empreendimentos marítimos, reapareceu na Época
Moderna, confundindo-se com a própria missão colonizadora. Razão pela qual a
conquista da América está sempre relacionada, desde o seu início, a dois signos
da civilização cristã européia: a cruz e a espada.
A Igreja, representada pelas
várias ordens religiosas – jesuíta, carmelita, dominicana e beneditina, entre
outras – esteve presente no Brasil especialmente com a ação da Companhia de
Jesus, participante de nossa História desde o momento em que Portugal assumiu
diretamente a empresa colonizadora.
A Contra-Reforma e a
companhia de Jesus
No
século XVI, a unidade cristã européia foi quebrada com o movimento da reforma
protestante. Com a rápida expansão das doutrinas protestantes
de Lutero e Calvino, a Igreja Católica reagiu com o Concílio
de Trento, que, além da reforma interna, procurou criar
instrumentos de combate ao protestantismo. Nessa medida, foi instituída a Congregação
do Índice, proibindo a publicação de obras contrárias à
doutrina católica, e restabelecido o Tribunal da Inquisição,
destinado a perseguir e condenar os inimigos da fé católica.
Nesse
quadro, o espanhol Inácio de Loyola criou, em 1534, a Companhia
de Jesus, uma nova ordem religiosa com o objetivo de servir e
de lutar pela Igreja Católica Apostólica Romana. Portanto, os jesuítas –
soldados de Cristo – através da catequese e da educação,
serviriam à ação da Contra-Reforma,
compensando as perdas do catolicismo na Europa com a conversão das populações
nativas do Novo Mundo.
A presença dos Jesuítas no
Brasil
A chegada dos primeiros
jesuítas ao Brasil data de 1549, quando, liderados por Manoel da Nóbrega,
acompanharam Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral.
Desde a sua chegada ao Brasil,
os jesuítas estiveram envolvidos com a pacificação dos índios, o que os
colocou, muitas vezes, em confronto direto com os colonos, que viam o índio
como mão-de-obra abundante.
Voltados
para a educação e a catequese, os inacianos fundaram os primeiros colégios do
Brasil: em Salvador – colégio dos Meninos de Jesus -, em São Vicente e, em
1554, no planalto de Piratininga, ao redor do qual se desenvolveu a cidade de
São Paulo.
Além
dos colégios, localizados ou próximos dos poucos centros urbanos, os jesuítas
foram avançando pelo interior da colônia, criando nos longínquos sertões
grandes aldeamentos de índios: as missões ou reduções.
No século seguinte, as missões de Guaíra e Tapes, entre outras, eram grandes
núcleos de povoamento indígena e verdadeiras unidades auto-suficientes, graças
à disciplina imposta pelos religiosos aos nativos.
A
existência de um grande contingente de mão-de-obra nesses aldeamentos acabou
atraindo a cobiça dos colonos e, assim, a ação predadora dos bandeirantes
culminou com a destruição de boa parte das missões jesuíticas. Mesmo com os
problemas que marcaram sua atuação na colônia, a Companhia de Jesus conseguiu
formar um grande patrimônio material, ao mesmo tempo em que se tornava uma
verdadeira força política. No século XVIII, o seu poder foi combatido pelo Marquês
de Pombal, resultando na expulsão da ordem do Brasil e de Portugal.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve
início porque os brancos tentaram obrigar os índios a trabalhar nos engenhos de
açúcar, na primeira metade do século dezesseis. Os portugueses traziam os
negros africanos de suas colônias na África para utilizá-los como mão-de-obra
escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos
portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os
mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
Além disso, nem a igreja nem a coroa se opuseram a essa escravização. A
escravidão dos negros era justificada pela sua preexistência na África. O negro
era considerado não civilizado e racional mente inferior. A lei protegia de
certo modo os índios, mas o escravo negro não tinha direito algum, e era
juridicamente considerado como coisa, e não como pessoa.
Como os negros chegavam ao Brasil
Depois de aprisionados em guerras entre os diversos povos na África, os
africanos eram acorrentados e marcados com ferro em brasa, como forma de identificação. Então, eram vendidos aos
comerciantes europeus, americanos ou africanos que se estabeleciam no litoral da
África e vinha para a América nos navios negreiros.
Os navios negreiros saiam da África com seiscentos escravos em média,
embora esse numero variasse de acordo com o tipo e o tamanho das embarcações.
Receando as possíveis revoltas dos africanos durante a viagem, os traficantes
trancavam eles nos porões dos negreiros.
A viagem de Luanda (África) ate Recife (Brasil) durava geralmente trinta
e cinco dias. Até a Bahia, quarenta dias; até o Rio de Janeiro, cerca de dois
meses.
Nos escuros porões dos navios, o espaço era reduzido e o calor, quase
insuportável. Além disso, a água era suja e o alimento, insuficiente para
todos.
Devido aos maus tratos e as péssimas condições do transporte, calcula-se
que morriam de cinco a vinte e cinco porcento dos negros durante a viagem,
sendo que os corpos eram lançados ao mar. Por isto, os navios negreiros eram chamados de “tumbeiros” (palavra
referente a tumba) ou “túmulos flutuantes.
Os escravos no Brasil
Supõe-se que entre 1550 e 1855, cerca de quatro milhões de africanos
foram trazidos para o Brasil.
Foram diversos os atritos entre colonos e jesuítas, pois os primeiros
desejavam apenas escravizar os índios, enquanto os segundos pretendiam
educá-los e “convencê-los e colaborar”. A catástrofe demográfica provocada pelo
extermínio, e doenças também influem para que a escravização indígena ficasse
em segundo plano, embora a prática só tenha sido oficialmente proibida em mil
setecentos e cinqüenta e oito. A partir da década de mil quinhentos e cinqüenta
cresceu a importação de africanos.
As primeiras regiões do brasil a receberem escravos africanos foram
Bahia e Pernambuco, locais onde a produção de açúcar mais prosperou. Ao longo
do século dezessete, o tráfico de escravoschegou a dar mais
lucro para a metrópole portuguesa do que o próprio negócio de açúcar.
Os escravos foram quem, de fato, produziram a grande maioria das
riquezas não só do Brasil, mas da América Latina.
A presença do negro na América começou por volta de 1550 e era
considerada uma mercadoria como outra qualquer. Assim quando chegavam ao Brasil
através dos Navios Negreiros, eram exibidos para que os compradores pudessem
analisá-los. Levava-se em conta não contratar escravos da mesma família, pois
isso poderia beneficiar o desencadeamento de rebeliões.
O lugar de moradia dos Escravos, onde ficavam quando não estavam
trabalhando dentro das propriedades rurais, eram as Senzalas.
Os escravos eram responsáveis
por todos os trabalhos braçais da fazenda, trabalhavam de sol a sol e não
tinham tempo de descanso. Todo esse ritmo de vida frenético, aliado a má
alimentação, fazia com que a vida de um Escravo adulto não passasse de 10 anos.
Quando
cometesse algum deslize ou resistência ao seu senhor, tinham castigo e punições
horrorosas. Para fugir disto, muito se suicidavam, matavam seus feitores e até
mesmo fugiam para os quilombos.
Os quilombos
Nos quilombos,
normalmente construídos em lugares de difícil acesso, os escravos viviam em
absoluta liberdade, produziam seus alimentos, constituíam famílias, cultivavam
suas crenças e culturas. Muitos destes, pela falta de registros na época, não
são identificados até hoje. Por outro lado, conhecemos comunidades
remanescentes de antigos quilombos nos dias de hoje pelo interior do Brasil.
O mais
famoso da história brasileira é, sem dúvida nenhuma, Palmares e ficava em Alagoas. Este quilombo
possuía cerca de 20 a 30 mil habitantes. Dentre seus líderes destaca-se Zumbi.
Palmares
sobreviveu em várias tentativas de dominação portuguesa e holandesa. Em 80 anos
de conflito derrotaram cerca de 30 expedições que foram para lá enviadas. Até
que, em 1695, Palmares foi destruído por completo por Domingos Jorge Velho, que
organizou uma missão com homens preparados e fortemente armados. Um ano após o
extermínio de Palmares, Zumbi foi capturado e executado.
Fim da escravidão no Brasil
A partir de 1822, ano da
Independência Brasileira, é que as pessoas começaram a ter uma consciência
antiescravista. Baseado em ideais Iluministas, acreditavam que em uma sociedade
livre não haveria espaço para a escravidão e na mesma época crescia a pressão
internacional pelo fim do tráfico negreiro, principalmente vindo da Inglaterra,
a maior potência da época.
Em 1850
a Assembléia Geral aprovou uma lei que dava fim ao Tráfico, Lei Eusébio de Queiroz.
Porém essa lei ficou apenas no papel. A prática ainda era feita.
Em 1871
foi assinada a Lei
do Ventre Livre, declarando que todos os filhos de escravos nascidos a partir
daquela data estariam livres.
1885
foi promulgada a Lei dos Sexagenários, declarava liberto todos os
escravos acima de 60 anos. Essa lei muito criticada, pois a vida adulta do
escravo não passava de 10 anos.
Já no
dia 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei
Áurea que
declarava extinta a escravidão do Brasil.
Com o fim da escravidão os
escravos teriam que continuar sua luta. Foram postos no mercado de trabalho sem
condição de emprego e nem de sobrevivência. Além disso, podemos citar que o
preconceito era, e ainda é, muito grande.
Assinar:
Postagens (Atom)